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Lúcio Flávio / Sérgio Maggio

Festival de Brasília nasceu do sonho de um humanista louco por cinema


Não é possível contar a história do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) sem passar pela biografia de Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), o homem que germinou a semente, em 1965, para a criação do que se transformou, hoje, num patrimônio imaterial. Com inscrições abertas até 10 de novembro, o FBCB segue sua continuidade na 53ª edição, que acontece de 15 a 20 de dezembro, com exibição no Canal Brasil e streaming Play Brasil.


“O sucesso do Festival de Brasília se deve muito ao prestígio de Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), um homem que tinha grande amor pelo cinema brasileiro e presidiu a Comissão Coordenadora para criação da Primeira Semana do Cinema Brasileiro. O evento nasce daí”, recapitula hoje, no auge de seus 91 anos, o baiano Walter Albuquerque Mello, integrante do Comitê de 1965.


“Cheguei a Brasília em 1965, prestes a completar 19 anos. Quando entrei na Fundação Cultural, hoje Secretaria de Cultura, o então diretor, professor Cleantho (Rodrigues Siqueira), designou essa Comissão, presidida pelo Paulo Emílio, e eu estava no grupo”, recorda Fernando Adolfo, 74 anos, que integrou  a parte técnica do Festival de Brasília até 2010. “Assisti Paulo Emílio comentar filmes no Clube de Cinema de Brasília, que acontecia na Escola Parque, eram verdadeiras aulas”, volta no tempo, orgulhoso.


“No Brasil, nada nos é estranho, porque tudo o é. (Paulo Emílio) 


Intelectual de ideias esquerdistas que chegou a ser preso por suas convicções partidárias, nos anos 1930, quando fugiu por um túnel de 10 metros junto com outros detentos, o paulista Paulo Emílio Salles fez de sua paixão pelo cinema nacional uma bandeira.


Paulo foi coordenador do curso de Cinema na Universidade de Brasília (UnB), a convite de Pompeu de Souza, um dos articulares na criação da Faculdade de Comunicação da instituição de ensino. Pesquisadora apaixonada pela história do Festival de Brasília, a também baiana Berê Bahia registrou, em texto no catálogo comemorativo dos 30 anos do festival, que o evento nasceu graças à confluência daqueles que falavam de cinema na UnB.

Acrescenta ainda que a presença quase mediúnica de Paulo Emílio Salles, com seu estilo sempre didático e hipnótico, foi fundamental para o desembaraço na organização dos encontros e sessões de cinema. “Paulo Emílio é, portanto, o patrono, ou melhor, o pai deste festival”, escreve categoricamente.


“Até o pior filme brasileiro nos diz mais que o melhor filme estrangeiro.” (Paulo Emílio) 

Personagem marcante e cativo da mostra desde 1969, quando participou pela primeira vez do encontro com o curta-documentário “A Bolandeira”, o cineasta Vladimir Carvalho, 85 anos, concorda. “Paulo Emílio era um humanista de notável cultura, suas aulas aqui ultrapassaram o ambiente acadêmico e ocuparam lugares públicos, sendo aplaudidas efusivamente. Sob sua orientação, com o respaldo de outros mestres e apoio dos alunos, surgiu o que foi chamado inicialmente de 1ª Semana do Cinema Brasileiro”, relata o mestre paraibano.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec) 

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br



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