ARTE NA PRAÇA VI
Claudivan Santiago: o encanto da viola na Praça das Artes.
Sertanejo Márcio Texano faz show de abertura da noite
O nono evento da sexta edição do Projeto ARTE NA PRAÇA será uma noite caipira/sertaneja por excelência, onde dois talentos oriundos do interior do País vão mostrar a força desta música que, a cada dia, ganha mais espaço na mídia e nos corações brasileiros.
A Praça das Artes de Sobradinho receberá, noite do sábado, 11 de novembro, o violeiro tocantinense/brasiliense, Claudivan Santiago, que vai executar um repertório de grandes clássicos do gênero, como Chalana e Pagode em Brasília e peças autorais que ele gravou com Sérgio Reis.
Claudivan, que se apresenta a partir das 21h, tem cinco álbuns gravados e um deles, Viola Pura Viola, conquistou o Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, em 2013, em São Paulo, na categoria Melhor CD Instrumental.
A festa na praça começa às 19h, com o show do sertanejo Márcio Texano, que tem uma longa carreira musical em Brasília e já se apresentou no Programa Raul Gil e no Rodeio de Barretos.
A noite do próximo sábado vai contar, também, com toda a beleza e charme da professora Karol Thayná, uma das melhores dançarinas do ventre do Brasil, que se apresentará, a partir das 20h, no intervalo dos dois shows.
Além das atrações musicais, outra opção do Projeto ARTE NA PRAÇA é visitar a Feira de Artesanato, com produtos manuais e utensílios domésticos, além de mudas de plantas ornamentais e frutíferas.
As barracas da Praça de Alimentação servem água, refrigerantes, sanduíches, caldos, churrasquinho, peixe e comidas diversas, a preços convidativos, por volta das 17h.
O Projeto ARTE NA PRAÇA é um convênio entre a Associação ARTISE de Arte, Cultura e Acessibilidade e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF, com apoio da Administração Regional de Sobradinho.
CLAUDIVAN SANTIAGO
O jornalista Claudivan Santiago, quando adolescente, sonhava em ser guitarrista de uma grande banda de rock. Certamente, desses que tiram riffs incríveis da guitarra e balançam a cabeleira em êxtase, no palco.
Mas um dia, ele se deparou com a viola caipira, flertou-se com ela, tocou no seu bojo, experimentou a ressonância do som e... paixão à primeira vista. Nunca mais guitarra outra vez.
“Aí está o grande mistério: eu nunca pensei nem queria tocar viola. Sonhava em ser uma grande guitarrista. E a viola me escolheu e não me largou mais. Nem eu largo dela,” confessa o instrumentista-cantor que não acredita no encanto dos violeiros, mas sim no encanto do som da viola, que o seduziu, totalmente.
“A viola é um instrumento encantado, tem um mistério que não encontrei noutros instrumentos. Fui violonista e guitarrista por muito tempo e não sabia, nem imaginava, o que era a viola, até me deparar com uma e me apaixonar perdidamente,” explica o violeiro que se declara um caipira nato.
Claudivan Santiago é tocantinense, do extremo norte do Estado, na divisa do Pará e Maranhão. Nasceu num povoado que tem o simpático nome de Cachoeirinha. Hoje, cidade ascendente, de cerca de três mil habitantes.
Por ser de lá, da roça mesmo, seu repertório é voltado para a música-raiz. “Isso não quer dizer que eu não toque coisas novas e diferentes na viola”, pondera.
Seu pai é músico desde criança, sanfoneiro, e tinha uma banda de forró. Ele (Claudivan) sempre acompanhava as festas, os reisados, as rodas de batuque e as tradições do povo da roça.
Mas, o “Bico do Papagaio” não era o fim do mundo, embora o mundo quase acabe por lá, no início dos 70. O garoto ouvia rádio (sempre o velho e bom rádio), principalmente os programas da Nacional da Amazônia e ficou conhecendo os grandes nomes da música brasileira.
Foi nessa toada que ele seguiu em frente, chegou à capital do Estado, entrou para a universidade, formou-se em letras, deu aulas e, para sorte de Brasília, veio para cá e se pós-graduou em jornalismo; trabalhou, por 17 anos, no Congresso Nacional. Mas não largou a viola.
Sua identificação principal é com o violeiro Almir Sater, além de Tião Carreiro e Renato Andrade (saudoso violeiro de Abaeté-MG), que são suas referências no instrumento.
“Na composição e no jeito de cantar e ver o Brasil, identifico-me com Renato Teixeira. Almir e Renato, aliás, são a base principal do meu trabalho,” confessa o músico tocantinense.
O Brasil, segundo Santiago, é um país privilegiado culturalmente e, possui inúmeros virtuoses na viola caipira. “Temos violeiros de montão e é até injusto ter que citar alguns. Mas, na minha lista, incluo Tião Carreiro, Renato Andrade, Bambico, Helena Meirelles e Roberto Correa.”
A discografia de Claudivan já alcança cinco álbuns autorais, o que é uma marca excepcional para um violeiro de raiz, que muita gente chama de caipira, mas ele dá graças a Deus por ser caipira e violeiro.
Os CDs do artista são Menina dos olhos (2002), Poesia Inviolada (2008), Viola pura Viola (2012), Estrela do tempo (2016) e Guerra dos Mundos (2019).
Viola Pura Viola é seu único projeto instrumental, até aqui, e com ele o violeiro conquistou o Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, em 2013, em São Paulo, na categoria Melhor CD Instrumental.
A estrada profissional de Claudivan Santiago já é longa e, pela recepção que o Brasil lhe oferece, não vai ter fim. Ele já se apresentou por São Paulo, Rio Grande do Sul, Pará, Goiás, Bahia, Tocantins, Minas; além de Brasília, é claro.
“Tive a grata oportunidade de me tornar amigo e parceiro do cantor Sérgio Reis e isso me possibilitou alcançar outros públicos. Mas meu trabalho hoje é muito focado em Brasília e no Entorno”, pontua Claudivan.
No show do próximo sábado, Santiago vai executar um repertório de grandes clássicos, como Chalana e Pagode em Brasília e as autorais Mané Preto e Mariquinha, que ele gravou com Sérgio Reis. “Um show simples, com muita viola”, explica.
É sábado, 11 de novembro, 21h, na Praça das Artes. Será mais do que um show: um presente cultural para Sobradinho.
MÁRCIO TEXANO
Márcio Texano é um sertanejo por excelência que, também, ama a viola e, eventualmente, toca o instrumento nos seus shows. Mineiro do sertão, nasceu em Arinos e cresceu ouvindo seu pai cantar sucessos sertanejos da época. Milionário & Zé Rico são seus ídolos, assim como Rio Negro & Solimões.
“Eu sou um cantor de música sertaneja. Amo a viola, mas não me considero um violeiro. Toco na viola as músicas que gosto. Eu curto do modão ao moderno,” explica o cantor.
Texano nasceu Márcio Damacena Santana e mudou-se com a família de Minas para Brasília, em 1990. Iniciou sua carreira musical, em Planaltina, em 1998, e fez dupla com Gabriel, durante 13 anos.
Os dois alcançaram sucesso no DF com a música Meu Fuscão e chegaram ao programa Raul Gil, em 2008, brilhando no quadro “Boca do Forno”, no qual Raul Gil convidava cantores que gravaram disco independente (sem gravadora) para apresentar o trabalho na tv.
Se o disco fosse bom, iria para o povo. Se os rigorosos jurados José Messias, Décio Picinini e Fátima Leão não gostassem da apresentação, o disco iria para a boca do forno, onde seria consumido pelas chamas.
A dupla recebeu rasgados elogios do exigente José Messias, que exaltou a música Sua Indiferença e todo o conteúdo do CD Márcio Texano e Gabriel, como de excelente qualidade.
O mesmo disse o jurado Décio Picinini e o auditório, que aplaudiu a dupla efusivamente. Resultado: os dois artistas do DF foram para a Boca do Povo, em São Paulo.
Neste mesmo ano, 2008, MT & G já haviam se apresentado no famoso palco da arena de Barretos, onde foram aplaudidos por cerca de 30 mil pessoas. Tudo isso abriu novos caminhos para dupla, tanto no DF como no resto do Brasil.
Texano sempre usou chapéu de abas, botas e fivelões no cinto largo, como se fosse um cantor de country ou um playboy do petróleo do Texas, daí é que vem o codinome Texano.
Márcio, no entanto, já segue carreira solo, há mais de dez anos, passou cinco anos no Rio de Janeiro, onde cantou com Naldo Benny, Grupo Molejo e outros figurões. Aqui no DF, ele continua agradando o público, por onde vai.
Na noite deste sábado, a partir das 17h, você tem uma ótima oportunidade para vê-lo, ao vivo, na Praça das Artes, no centro tradicional de Sobradinho, interpretando sucessos do momento, modões e piseiros. Vamos lá?